Ele trabalhava desde 1984 na indústria. Fazia 24 anos que atuava no processo industrial - papel e celulose. Sendo que há 13 anos trabalhava na mesma máquina. Mas, como foi que Mário Christ perdeu a mão esquerda se sabia tudo do processo e da máquina? O que deu errado naquele dia?
Mário Christ era um funcionário experiente e confiante. Depois de tantos anos fazendo a mesma atividade, no processo industrial, tudo era feito de forma mecânica e automática. Cada colaborador operava uma máquina. Portanto, sempre haviam comentários e conselhos sobre como fazer para “quebrar galhos” quando o papel ficava preso no rolo de tração.
Um dia tudo mudou. Dia 09 de abril de 2008. Por duas vezes havia ocorrido duas paradas em sua máquina. Novamente, o papel ficou preso nos rolos e para não fazer o bloqueio usou a técnica do “quebra galho”.
Colocou a alavanca e tentou soltar o papel preso. Pegou no meio da alavanca e sua mão ficou muito próxima do rolo de tração. Foi quando a alavanca se soltou e o rolo começou a girar novamente. Nesse momento, o experiente colaborador sofreu um acidente de trabalho muito grave. A autoconfiança, a falta de análise de risco e um comportamento não seguro lhe custou sua mão esquerda.
Exemplo da improvisação para não fazer o bloqueio da máquina
Rolos de tração de celulose
Foi um socorro angustiante. Antes da cirurgia começou a pensar como seria sua vida dali para frente. Foram momentos de muito medo e desespero. Sua esposa foi visitá-lo e precisou assinar a amputação da mão. Chorou desesperadamente dentro do carro, no estacionamento.
Ao ter alta tudo foi um novo aprendizado. Dias muitos difíceis. Teve que frequentar uma psicóloga por 2 anos para tratar a depressão e o medo. Ele vivia um luto pela perda. Ficava sozinho em casa e começou a ficar em pânico. Sentia muita dor fantasma e suares excessivos que o acompanharam por vários anos. Sua família sofreu e Mário também.
Foi nesse diálogo que entendeu que poderia voltar a trabalhar. Sete meses depois da amputação voltou a trabalhar na mesma empresa. À princípio ofereceram a área da Segurança do Trabalho. Ele achava que era um castigo. Mas, fez o curso técnico em Segurança do Trabalho e passou a atuar na prevenção de acidentes dentro da indústria, da empresa, que sempre trabalhou.
Anos depois, tornou-se pai novamente após o acidente de trabalho. Como ser pai nessa nova condição?
Na palestra, Mário analisa o próprio comportamento, apontando os erros que cometeu. Fala do impacto que o episódio provocou na sua vida pessoal e profissional. Compartilha o que aprendeu sobre comportamento seguro e sobre a autoconfiança, pensando em ganhar tempo.
A cultura de segurança deve ser adotada em todos os momentos. Não dá para improvisar, fazer de qualquer jeito, não querer parar a produção. Uma máquina sempre falhará e preciso será usar de inteligência emocional e equilibrio para saber o que deve ser feito. Fazer o que é correto e agir com sabedoria.
Mário sabe que teve que reaprender tudo de novo. Fazer de um novo jeito a barba, saber usar o garfo, saber abotoar a camisa, reaprender a dirigir. Enfim, um a nova vida começa depois de algo tão trágico. Máquinas são perigosas.
Conteúdo da palestra:
Mário Christ é Técnico em Segurança do Trabalho e faz parte da equipe de palestrantes da SIPAT PALESTRA.
Saiba mais: https://sipatpalestra.com.br/mario-christ-palestrante/
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