1- Teve sua mão presa na máquina de produção na indústria no Japão;
2- Erros, consequências do acidente para Shigueo e empresa;
3- Polícia foi acionada, depoimentos realizados, Shigueo foi punido e empresa rebaixada em sua pontuação;
4- Preço do acidente: perda movimentos da mão, por dias. Sem afastamento.
Um acidente em indústria mudou sua vida. Em 1996, aos 19 anos, Shigueo Oda mudou-se do Brasil para residir no Japão para trabalhar. Trabalhava numa empresa de fabricação de rolamentos há 4 anos. Nunca havia ocorrido um acidente nesse período.
Trabalhava em turnos alternados e naquela semana estava no turno que iniciava às 18 horas até 6:00 da manhã. Shigueo sempre dormia durante o dia para enfrentar a madrugada acordado.
Naquele dia não descansou. Foi para Tóquio resolver problemas e mal descansou. Ele sabia que sentiria sono. Chegou na empresa, registrou seu ponto de entrada e foi para o setor.
Tudo era automatizado. As peças vinham separadamente por trilhos suspensos e desciam para serem acondicionadas e formarem um rolamento. Porém, os funcionários não desligavam a máquina para regular um parafuso que ajustava o encaixe das peças, caso necessário.
Shigueo Oda estava cansado, com sono e desatento. Ao fazer esse procedimento não teve agilidade para retirar a mão e assim sua mão ficou presa na máquina. Rapidamente apertou o botão OFF e parou a produção.
Diante do fato, ficou desesperado, sentindo a mão latejar e doer. Ele desconhecia como afrouxar o equipamento. Até que um colega paraguaio foi avistado e Shigueo gritou por ele. "Me tira daqui, por favor, estou preso". O colega respondeu: "Eu não sei fazer isso, vamos chamar os japoneses". Shigueo sabia das consequências disso e ficou preocupado na hora.
Seu chefe japonês chegou. Fez os procedimentos de afrouxamento do maquinário. Colocaram gelo em sua mão, pois a dor era grande. A polícia foi acionada para depoimento (para saber se colocaram a mão dele ou se foi algo causado por ele mesmo), a avaliação da empresa caiu.
Sabia-se que qualquer tipo de ocorrências haveria uma penalização e Shigueo foi retirado desse setor e transferido para um outro, que exigia muito mais esforço, caminhando por horas diariamente entregando peças com um carrinho.
Por dias ficou com a mão enfaixada, prejudicando suas atividades diárias: dirigir, trabalhar na empresa.
Permaneceu nessa empresa por 6 anos e nunca mais sofreu nenhum acidente de trabalho. Aprendeu que atuar de maneira segura, com comportamento seguro, uso de EPIs e atenção total faz toda diferença entre um acidente de trabalho ou não.
O relato de Shigueo é uma verdadeira aula de conscientização sobre o acidente em indústria. Esse tipo de situação pode mudar uma vida para sempre — e ele viveu isso na pele. Um simples descuido, associado à cultura do improviso dentro da linha de produção, resultou em um acidente em indústria com impactos físicos, psicológicos e profissionais.
O acidente em indústria relatado não foi apenas um caso isolado. Foi um alerta para todos os outros trabalhadores daquela fábrica, que passaram a ter mais atenção nos procedimentos. Muitas vezes, a repetição da tarefa leva ao descuido, o que pode culminar em um novo acidente em indústria.
Já no Brasil, como Fisioterapeuta, Shigueo sofreu um acidente de trânsito de trajeto, de moto, ao voltar do trabalho. Fraturou o osso do ombro, fez cirurgia, vivenciou a incapacidade para o trabalho, as fisioterapias e a colaboração da esposa para cuidar dele.
Em sua palestra narra ambos acidentes, o uso de EPIs, atenção, preparo para executar uma tarefa com segurança, atenção e treinamento. Além de focar na importância da qualidade de vida, ginástica laboral, alongamentos, estilo saudável.
Shigueo mostra que, muitas vezes, o que leva ao acidente em indústria não é falta de equipamento, mas sim o comportamento automático e a cultura do "dar um jeitinho". O acidente em indústria pode ser evitado com uma mudança simples de hábito, com pausas conscientes, comunicação clara e valorização da segurança como prioridade.
Ao escutar sua história, o público é impactado não apenas pelo relato, mas pela autenticidade. Ele viveu o que muitos apenas estudam: o acidente em indústria em seu formato mais real. Por isso, sua palestra se tornou referência quando o assunto é prevenção de acidente em indústria, sendo levada a empresas de todo o país que buscam promover a SIPAT de forma humana e transformadora.